sexta-feira, 11 de maio de 2012

Vai comer a maçã...



Eu iniciei este blog como um diário pessoal, embora público, com o objetivo de compartilhar minhas reflexões sobre os seres humanos, nascidas dos choques de opiniões sobre a questão animal. Embora ele tenha surtido efeito, isto é, embora eu tenha recebido respostas às minhas reflexões, sejam elas respostas positivas ou negativas, não tem sido fácil expor minhas reflexões do jeito que eu imaginava, nem na velocidade ou constância com que eu imaginava expô-las. E a desculpa não é exatamente a falta de tempo. Não é a causa principal do meu silêncio. Tem sido difícil expor meus pensamentos para mim mesma.

Meu humilde blog é um espelho, meu e da humanidade.

Os fatos e as notícias se sucedem, deles eu tomo consciência, e o pensamento me leva ao mundo dos sentimentos que ainda não têm tradução em palavras. Então, eu me silencio.

Meu pensar é, obviamente, uma atividade constante, mas meu silêncio é a medida do seu alcance. Não tenho sido capaz de expressar com inteligência, inclusive com inteligência emocional, os horrores que tenho visto pelo mundo. Não tenho sido capaz de lidar com determinadas informações sobre crueldade animal, porque elas expõem o pior de nossa raça humana, e dão a medida do quanto ainda precisamos trabalhar para finalmente vencer nossa desumanidade.

É como descobrir um inominável segredo de família, como se você tivesse um irmão psicopata, sem chance de recuperação.

Vem uma sensação de impotência - não de desânimo, mas de impotência. O grupo de pessoas que se conscientiza sobre a questão animal vem aumentando, vem conquistando mais espaço na mídia, então não me sinto só, desamparada. E sinto que, igualmente, posso me somar a elas, que, aliás, fazem muito mais do que eu: algumas até largam seus empregos e transformam suas casas em canis, gatis; seus jardins, em pastagem para cavalos e jumentos de carga, arrasados por uma vida de exploração impiedosa; enfrentam vizinhos desarmônicos; lutam para convencer delegados e policiais da justiça de uma causa já amparada por lei, mas ignorada por uma moral pobre... enfim, não tenho como enumerar os casos em que não poucas pessoas têm se envolvido, Brasil e mundo afora. Eu não sei se o que elas fazem é o correto a ser feito, ou a única maneira de ser feito, ou o que todos deveriam igualmente fazer, mas reconheço que seu trabalho é grande e digno.

Vem a sensação de impotência, mas vem ao mesmo tempo a chamada moral para continuar de pé, morrer lutando. O trabalho é intenso, é grande, é constante. O inimigo está nos portões, e o inimigo é a ignorância. É um inimigo que afronta a humanidade desde seu aparecimento sobre a Terra. A feiúra deste inimigo é um titã.

Eu me ressinto do meu silêncio, porém. Eu precisava passar aqui para revelar a origem dele a vocês, caros leitores, mas não pretendo ficar quieta por muito tempo. Estou apenas reunindo forças para continuar plantando minhas palavras na terra fértil das mentes. Eu tenho visto o horror... mas o que é preciso é denunciá-lo, não é mesmo?

Obrigada pelos que têm aparecido por aqui, apesar de meu silêncio!

PS: a imagem é do filme Fantasia, da Disney, do trecho Night on Bald Mountain, de Mussorgski. É a própria imagem da feiura do titã Ignorância...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu passo aqui de vez em quando, seria legal a gente saber mais das manifestações e dias importantes - para a gente também divulgar e se programar para dar um apoio...

Juliana Silveira disse...

Boa dica, vou me organizar para publicar a agenda dos ativistas em Brasília.